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7 de maio de 2016

Mãe...


"Você sempre esteve lá por mim. Você nunca desistiu de mim."
Merida para sua mãe, Rainha Elinor, em Valente.

Mãe, eu preciso dizer que eu amo a sua comida e que ninguém consegue fazer uma igual, nem mesmo a vó. Eu até não consigo entender quando você fala que já enjoou do seu tempero. Seu tempero é absolutamente "inenjoável", mãe, e hoje tode neologismo me é permitido. Mãe, eu não sei como você sabe tantas coisas. Como você sempre sabe que alguém não é companhia pra mim? Você acertou todas as vezes. Se eu tivesse te ouvido, não precisaria ter remendado o coração tantas vezes. Mas, vem cá… E isso de sempre saber quando vai chover ou ficar frio? Porque se eu não levar o bendito casaco eu sei que eu vou me arrepender. O céu pode estar azul de doer, mas se você mandar levar guarda-chuva, Deus move os céus, a terra, os planetas, os cometas, os meteoros, a poeira cósmica, o buraco negro, a Millennium Falcon e tudo o que for possível só pra você ter razão, mãe. 
Mãe, eu lembro quando você me ensinou a cozinhar. Disse que os temperos do quintal eram melhores que aqueles prontos. Ensinou a estender as roupas do lado avesso pra conservar a cor. Ensinou a pregar botão de camisa no caso daquela emergência. Ensinou a colocar as claras em neve por último pro bolo sair fofinho. Ensinou a passar camisa, calça, tudo o que tinha direito. Ensinou a cuidar do jardim. Ensinou a cultivar a horta. Ensinou a lavar louça sem gastar todo o sabão do mundo. Ensinou a deixar o banheiro brilhando. Ensinou a não misturar roupa branca com colorida.
Mas, mãe, hoje eu entendo. Caráter é um dever que se leva pra casa. O que você queria me ensinar, na verdade, ia muito além. Você queria me ensinar a não explorar ninguém, a assumir as minhas responsabilidades, a cuidar das minhas coisas, a não delegar a terceiros aquilo que cabe a mim. Você queria me ensinar a acordar cedo e correr atrás dos meus sonhos. Você queria me ensinar a pagar o preço sem, no entanto, comprometer meus valores. Você queria me ensinar a lutar as batalhas da vida sem desistir quando as coisas ficam difíceis. Você queria me ensinar a ser mais humana, mais compreensível, mais empática com o sofrimento alheio. Você queria me ensinar a ter raízes profundas e voar alto. Você queria me ensinar a amar horizontal e verticalmente. Você queria me ensinar a ser mais essência do que aparência. Você queria me ensinar que eu posso ser forte e sensível, corajosa e sábia, firme e doce, tudo ao mesmo tempo - assim como você - porque ninguém mais no mundo consegue unir tantos paradoxos de maneira tão linda como você, mãe.
Mãe, você não fez o melhor que pôde. Você fez muito mais do que pôde, você só estava tão ocupada que não percebeu todo o caminho que trilhou. Eu não quero que você se culpe por nada. Mãe, nunca sinta vergonha. Eu nunca precisei daquilo que você não pôde comprar. Eu precisava de você, e eu tive você. Eu ainda preciso de você. Mãe, eu reconheço seus sacrifícios. E eu vou honrar cada um deles. Nem toda gratidão do mundo é suficiente. Ter você é uma sorte tão grande que eu ainda não consegui agradecer a Deus por ter tido a ideia de inventar você.

Mãe, você é metade doçura, metade meiguice e inteiramente amor. Eu não consigo deixar de te amar nem que seja por um segundo. Você acha que deveria ter sido tantas coisas, e às vezes até chora e se culpa, mas, mãe, se eu pudesse escolher uma mãe, eu só escolheria você. O seu defeito é não ser eterna. Mas, como você não é, eu só queria lembrar o que, às vezes, eu esqueço de falar: ô, mãe... eu vou te amar enquanto eu respirar.


Dedicado à minha mãe, minha rainha, Carolina.

23 de junho de 2015

Gratidão

“A gratidão é a virtude das almas nobres.”
Esopo
À Juliana Bonin, a primeira artista-que-faz-tudo-que-você-imaginar a acreditar no projeto e a melhor maquiadora de todos os tempos. Quem foi a primeira fotógrafa do projeto? Ela. Quem fez a coroa de flores? Ela. Quem sentou comigo durante horas na frente de um computador pra planejar os próximos passos? Ela. Quem dividiu comigo as primeiras inspirações? Ela. Só ela toparia despencar daqui pro outro lado da cidade com o carro abarrotado de coisas, descarregar tudo sem ter a mínima ideia de onde começar e desenvolver tudo com menos de 2 horas para terminar. Só ela toparia fazer a coroa de flores em menos de 24 horas mesmo tendo mil outros compromissos para se preocupar. Só ela toparia ficar comigo todo sábado desenvolvendo ideias e caçando inspirações. Ela é demais, um raro tesouro! Muito obrigada por estar aqui quando ninguém estava. Coração grato define!
(Confira sua página no facebook: www.facebook.com/julianaboninmakeup)
À Camila Husch, que com tanta graça e amor fez o blog chegar na carinha que está hoje, MUITO OBRIGADA! Eu queria dizer tantas coisas, mas é tão difícil encontrar palavras! Sempre explicando passo a passo com toda fofura do mundo, respondendo minhas milhões dúvidas cuidadosamente, tendo paciência com minhas infindáveis semanas de prova, imprevistos e correrias malucas... Só posso ser grata! Tudo isso fez com que eu admirasse ainda mais quem ela é e o que ela faz. Depois de incontáveis horas planejando, outras mais fazendo acontecer e centenas de mensagens, o blog tá aí, assinado por uma artista super talentosa e querida. Sem mencionar, claro, a simpatia característica que me fazia rir muito de madrugada enquanto o resto do mundo era só pressão – isso não tem preço. Muito obrigada por tudo!

(Ah, não deixe de conferir o blog dela: www.dedilhar.com)
À Renata Guimarães, cujas as lentes traduzem o que diz o coração. Foram 600 cliques para o coração de "Uma xícara de fé" ser mostrado em forma de fotografia. Mesmo tendo toda uma agenda para cumprir, não mediu esforços para tudo sair como planejado. Se existe alguém que coloca todo o amor do mundo no que faz é ela. Desde deitar no chão para conseguir o melhor ângulo, até parar no meio da rua ou, acredite, da rodovia. E ela tem um coração tão lindo que é até uma maldade ele ficar lá dentro, escondidinho. Ela é uma das pessoas mais humildes que eu conheço e de longe uma das melhores fotógrafas que eu já tive a oportunidade de conhecer de perto. O Brasil ainda vai ouvir falar muito de "Renata Guimarães". Ela foi resposta de uma oração feita com fé, e sei que os nossos projetos que hoje são pequenos um dia vão crescer e abençoar a vida de muitas pessoas. Por acreditar em mim e muito mais, obrigada, obrigada, obrigada!
(Apaixone-se por suas fotos no www.renataguimaraes.com)
À Carol Maciel, que é a jornalista mais incrível desse mundo, e à todos, absolutamente todos, que nesse tempo todo não me deixaram desistir - cada comentário aqui, no instagram ou no facebook me lembra o porquê insisto nisso tudo mesmo tendo uma vida extremamente corrida. Estou cercada das melhores pessoas do mundo! Guardo no coração o nome de cada um. Tudo o que sei é que nasci para amar e para trazer as cores de Deus aqui na Terra. Se meus rabiscos mudarem a vida de ao menos uma pessoa, valeu a pena. Essa é minha missão e estou lutando para viver nela. Muito, muito, muito obrigada por serem quem são! O que seria de mim sem vocês?
Por fim, obrigada àqueles que ainda não conheço, mas ainda vou conhecer. A gratidão é a memória do coração e a gente precisa lembrar disso para não tirar os pés do chão. Vem aí uma nova fase no blog e estou feliz por não estar sozinha!

7 de maio de 2015

O amor é um verbo: como doar meu cabelo mudou a minha vida

Dedico esse texto à minha prima Hiara, que me inspirou a doar meu cabelo.

Fico pensando o que é que podemos fazer aqui na terra que toque o céu de uma maneira diferente... O que é que move as estruturas do céu? O que é que faz com que Deus se incline sobre seu trono e se surpreenda na majestade do seu reinado? O que é que toca seu coração? O que é que coloca um sorriso em seu rosto?

Deus é amor. O amor não é deus, mas Deus o é inteiramente. Um amor que não entendemos, grande demais para nossa humanidade. E, ao contrário do que dizem por aí, o amor se incomoda profundamente com as dores do mundo, muito embora elas não sejam suas, porque amor de verdade não é egoísta. Amor é doação. Amor é não esperar nada em troca.

Foi num dia despretensioso desses que algo entrou no meu coração e tratou de não sair mais: alguém plantou em mim a vontade de doar o meu cabelo para a confecção de perucas para crianças com câncer. O amor é assim, chega quando a gente não espera, chega pra não deixar nosso coração se tornar inacessível, irredimível, impenetrável. Amar é um verbo, mas a gente precisa conjugar além da primeira pessoa.

Foi um longo caminho até então: se eu ia doar algo de mim, seria o melhor que eu pudesse! Tive que construir dentro de mim coragem e ousadia para pisar nos medos da rejeição, construídos lá pelas bandas do inconsciente, onde a gente começa a se tornar, sem querer, escravos do padrão de beleza de gente que nem existe de verdade, de gente que precisa de filtro e maquiagem pra disfarçar o quanto são feias por dentro. Depois que a gente começa a se desprender de todas essas bobagens, o melhor acontece: o amor vence! Você não liga para mais nada, só quer que uma criança saia balançando seu cabelinho por aí, mesmo que ela nunca venha a saber quem você é. E, assim, a gente corta a cabeleira, faz tudo conforme manda o figurino, bota em uma caixinha, manda pelo correio e o sonho de alguém se realiza porque você decidiu fazer Deus sorrir. Poucas sensações são como essa...

Pedi a Deus que essa semente virasse uma árvore que desse frutos no tempo certo. Fiquei feliz porque, até agora, da minha semente tão pequena que eu decidi semear no tempo mais escuro da minha vida, minha árvore já deu 7 frutos. Uma loucura de amor impulsionou 7 outras loucuras. Mas eu quero mais...

A verdade é que todos somos humanos. Todos temos uma natureza terrível que nos leva a fazer o mal que não queremos, e, o bem que queremos fazer, esse não fazemos. Mas, na caminhada com Deus, aprendemos a conjugar o verbo amar. Passamos a viver todos os dias para colocar um sorriso no rosto dele. E, assim, descobrimos que é impossível amá-lo e não amar o que ele ama. Fica fácil trazer o céu na terra quando isso acontece: é a mais linda colisão de todas. O coração de Deus é movido quando decidimos fazer algo extraordinário, nem que seja uma gotinha de bondade em um oceano de maldade. Porque onde a luz chega, a escuridão tem que sair. Que tal decidir brilhar essa luz hoje?

Decida você também doar o seu cabelo. Envie para o Cabelegria:

A/C Cabelegria
Avenida Parada Pinto, 3420, Bl. 06, Ap. 33
Vila Nova Cachoeirinha
São Paulo - SP
02611-001

O comprimento mínimo é 20 centímetros e, sim, cabelos com química também são aceitos. Facilite, amarre o cabelo antes de cortar e coloque-o, seco e amarrado, em um saco plástico! Envie e contagie as pessoas para fazerem o mesmo. Depois, quero saber TODAS as histórias! Aqui, compartilhei apenas um pouquinho do que foi uma jornada de 4 meses de muita mudança em meu coração. Quem sabe não escrevo de novo contando mais um pouco? Quem sabe?!


26 de julho de 2014

Eu não estava falando de política

Acredite: o esporte deixa a vida mais bonita. Basta a gente não perder o rumo!

Faz frio aqui no Sul e eu estou com uma gripe daquelas. Ou seja, não o melhor cenário para escrever, diga-se de passagem... Mas digamos que eu tenha certa urgência... Então, beijo, frio! Com todo o cuidado do mundo, vamos conversar um pouquinho. Temos algumas coisas pra papear hoje. Meu último post causou uma coisa que amei que foi o apoio de muita gente! Recebi muitos recados! Meu coração acelerou de alegria. Mas também fiquei triste com alguns comentários amargos (que eu sei que não foi por mal, fica tranquilo!) e passei alguns dias refletindo antes de escrever qualquer coisa. Sei que muita gente com a melhor das intenções acabou interpretando mal a coisa toda.

Falei sobre como amo futebol e como amo também ver as coisas progredindo lindamente nessa terra verde e amarela que amamos. Tentei explicar que havia sim um jeito bonito de ser sensível às dores do mundo e mesmo assim prestigiar desde um mundial a um campeonato no campinho do bairro (por que não?!) de corpo e alma. Não falei de política, nem de candidato A, nem de candidato B, nem de esquerda, nem de direita, nada disso. Falei que choraria de alegria se ganhássemos. Falei que choraria de dor no coração se perdêssemos. Cumpri a promessa. Chorei. Chorei muito. Chorei mesmo. E essa emoção toda é típica de torcedor, quiçá é o que faz o futebol ser assim tão incrível. E, sim, fiquei feliz demais em saber que a copa foi um sucesso e que o que fez o espetáculo ficar bonito de verdade foi o coração do brasileiro e sua hospitalidade inigualável. Coisas que não são coisas. Coisas que têm um valor e não um preço. Sinceramente, não sei e nunca vou saber o que acontece por trás do que não vejo e milhões de “etceteras”. Não cabe a mim julgar ninguém. Vocês não me verão desrespeitar ninguém por aqui, portanto não vou falar mal das autoridades. Todos colherão, fatalmente, tudo o que plantarem. Tudo. Tudo mesmo. Lei incontestável da vida.

Era só de futebol que eu estava falando. O mesmo do campinho de terra que tem lá no bairro. Também falei do amor a pátria, que bate forte no peito sempre, independente de quem sobe lá nos cargos de liderança. Não falei, em nenhum momento, nem de fulano, nem de ciclano, nem de beltrano da política. Não falei de partido A, de partido B ou de partido C. Falei do povo, dessa gente maravilhosa que nasceu nessa terra brasilis do meu coração, e de um esporte bonito demais, capaz de despertar em nós sentimentos que só um verdadeiro apaixonado por futebol é capaz de sentir.

Entende como é simples? Nenhuma visão política, nenhum posicionamento, nenhum ofensa a nenhuma das partes. Tudo muito simples. Só falei do esporte e da gente que amo. Só. Mais nada. Nadinha. Tudo que escrevo não tem a mínima pretensão de espalhar contenda, muito pelo contrário: aqui se semeia a esperança, a fé na humanidade e uma porção de coisas bonitas que Deus faz brotar no coração da gente quando a gente anda junto dele.

Se você ficou triste comigo porque achou que sou o bicho-papão da humanidade, receba meus sinceros sentimentos de perdão. De pé juntinho, só estava falando de futebol e de brasileiros de corações bonitos. Nada de política. Nada de nada disso. Nem nas entrelinhas nem em lugar nenhum. Nem aqui, nem no Facebook, nem no Instagram. Foi tudo um mal entendido e você já pode parar de me achar tão horrível. Sigo escrevendo com o intuito de aprender e agradeço a todos que me acrescentam nessa jornada. É preciso ser humilde para aprender e é esse meu objetivo. Mais de Deus, menos de mim. Obrigada a todos que continuam a ler minhas loucuras!

Ah, repito: não era sobre política.

Não era mesmo!